segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sobre reviravoltas

Ela não acreditou no que viu.
Nem abriu o manto.
Não havia nada pra levar.
Me olhou como quem diz "eu volto",
Mas teve que sair pela porta dos fundos.

Eu, ainda sentada, ainda com a cabeça baixa,
Deixei o alívio me cair dos olhos e me molhar as mãos.
Distraída, ganhei um beijo na testa de um anjo que disse:
"Está tudo bem".

Sorri como quem pede desculpa,
Agradeci como quem ganha o mundo
E me levantei feito gigante.

É que, às vezes, a vida cansa de espernear
E se permite ser viviva.
Uma morte de cada vez.


Pra todas as pessoas que julgam com sabedoria
Ou que nem julgam, feito anjos.

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