sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sobre a galinhagem

Ele diz ser de todo mundo,
Conta histórias de cafajeste,
É um conquistador de menininhas.
Acha que o legal é não ligar, não gostar, não chorar.
Nem se lembra do nome daquela, daquele dia.
Nem do cheiro, nem do gosto.

Por não gostar, não se espalha, e não espalha nada.
Não deixa rastros. Não sente falta.
Não faz falta.

(...)

Às vezes, assim, sem aviso, toca a campainha da casa dela.
Lá, ele tem colo. Conversa, ri. Não joga charme. Se diverte.
Diz que tem uma carência misteriosa incomodando.

Ela afaga seus cabelos, em silêncio.
A melhor ironia é a que só ela entende.

"Ele tem fome dele mesmo.
Enquanto não preencher os buracos, vai continuar sendo o homem sem sombra.
Ou tapando o sol com a peneira*".



* sinta o trocadilho

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