Sem carro, ando fazendo descobertas e redescobertas.
Depois de ouvir todas as músicas que eu gosto agora e me cansar delas, fui obrigada a voltar a ouvir as músicas de antes. Me divirto me lembrando porque achava que essa ou aquela música eram 'a música da minha vida'. Fico imaginando quais serão minhas próximas trilhas sonoras. Tomara que sejam roquezinhos felizes.
Descobri que conheço muito mais gente que imaginava, e tenho uma sensação quase de vereança enquanto passeio por Nova Lima. Descobri a cor dos prédios e a ordem das casas. Sou, afinal de contas, uma menina do interior.
Recescobri dona Maria, que mora lá em cima do morro. Me lembro muito dela na minha infância. Ela fez meu vestido de anjinha na coroação. Muito bordado e espalhafatoso. Por causa dela, eu fui promovida de 'mais uma bonitinha das flores' pra 'menina linda que põe a coroa'.
Ela faz fuchicos à tarde, no sol, e vai aos bailes da 'Melhor Idade' sempre que pode. Ela luta contra o câncer de mama há um ano e eu nem sabia.
Descobri a paisagem da estrada pra Bicalho. Nunca a tinha visto. Só via os borrões no vidro do meu carro. Todo mundo devia ir pra lá de passageiro, um dia. No ônibus, também voltei com minha mania de observar as pessoas e tentar adivinhar o que elas fazem e pensam.
Redescobri um amigo interessantíssimo, que apareceu pra mim pra me fazer questionar um monte de coisas, e que sempre vai ter lugar na minha vida. A gente funciona bem assim, e tomara que por muito tempo, apesar de estar claro que seu instinto de sobrevivência está acima do amor dele pelas pessoas (haha).
Por último, lembrei que adoro andar. Acho que eu tenho idéias sensacionais enquanto o faço e que me sinto menos couch potato, assim.
De repente, tô sem pressa pra ir buscar o carro...
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